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Conheça a história de Ernesto Fonseca!

Quantas vezes você seria capaz de cair e levantar? O que fato lhe faria desistir? Antes de responder, sente-se e leia com muita calma um pouco da história de um piloto de motocross chamado Ernesto Fonseca. 

A história de Ernesto Fonseca

O ano era 1990 e o país a Costa Rica, na América Central. Um jovem de 9 anos, chamado Ernesto Rodriguez Fonseca, criado pela mãe Catalina Rodriguez e o padrasto Edwin Lobo, tinha como principal paixão o motocross

As probabilidades de seguir carreira eram minúsculas já que, naquele país, uma moto custava muito caro. Mesmo assim, ele continuava acelerando, e em um belo dia, um empresário do ramo de importação de filmes da marca Kodak, apaixonado pelo esporte, decidiu investir na garotada e criou um programa de apoio para jovens pilotos. 

Em 1992, a grande porta para o futuro desse jovem foi aberta: uma delegação de jovens costarriquenhos foi enviada para Flórida, onde disputaram a 21a edição do Olympic Winter Motocross (mais conhecida como Mini Os), uma das mais tradicionais corridas de amadores dos EUA.

O início de sua carreira

Vestindo uma roupa amarela neon, coberta com um enorme logo vermelho da marca Kodak, o jovem piloto foi o destaque na categoria 65cc, para pilotos entre 7 e 11 anos de idade. Sua apresentação chamou a atenção de muitos ali e ele, por sua vez, viu a oportunidade batendo em sua porta. 

Fez contatos rapidamente e conseguiu o apoio de pessoas que apostaram em seu potencial, como a família do piloto Travis Pastrana, que prontamente abriu as portas de sua casa para que ele começasse sua jornada nos EUA.

Indo e voltando várias vezes para Costa Rica, Fonseca foi disputando e conquistando títulos importantes que a cada ano expunha mais sua habilidade. Entre esses campeonatos, ele venceu quatro vezes o Loretta Lynn, o principal evento amador que revelou nomes como Ricky Carmichael, James Stewart, Trey Canard entre outros que se tornaram campeões ao longo da história. 

No final de 1998, a grande oportunidade profissional chegou e Fonseca assinou então com uma grande equipe, a Yamaha of Troy. No ano seguinte, competindo na Costa Leste dos EUA, Fonseca surpreendeu a todos ao conquistar o título da categoria 125cc, desbancando favoritos como o americano Nick Wey e elevando nome da Costa Rica ao topo.

Com apenas 17 anos de idade e muita vontade de aprender, ele era considerado pelos especialistas, um piloto que sempre questionava o “porquê” de tudo. Ele sempre queria saber como as coisas funcionavam, e isso foi determinante para que os chefes de equipe por onde ele passou lhe dessem sempre total atenção. 

Entre as pessoas que deram atenção à Fonseca, destaca-se Ricky Carmichael que o levou para Flórida em 1999. O americano tinha a fama de dividir os métodos de treinamento com outros pilotos, mas a história de Fonseca o sensibilizou, e eles seguiram juntos se preparando para a temporada 99, que aliás foi uma das mais difíceis para Fonseca já que não conseguiu sequer subir no pódio entre os top 5.

No ano seguinte, em 2000 uma forte lesão no ombro esquerdo obrigou a abandonar a pista pelo resto da temporada. A recompensa veio no ano seguinte, quando conquistou o bicampeonato da Costa Leste ao vencer cinco das sete etapas em jogo. 

Em 2002, ele subiu de categoria e foi para a 250cc, a principal da época. Ele assinou contrato com a Honda e voltou a fazer par com seu grande amigo e apoiador Ricky Carmichael.  

No final de 2005, com 24 anos, Fonseca esboçou um desejo de se aposentar, já que os resultados não estavam sendo tão positivos quanto o piloto estava acostumado, mas ainda assim decidiu tentar mais uma temporada já que seu contrato com a Honda iria até o final do de 2007.

O acidente que mudou a vida de Ernesto Fonseca

O acidente que mudou a vida de Ernesto Fonseca

Em março de 2006, enquanto treinava numa pista na Califórnia para a grande etapa de Daytona do AMA Supercross, ele sofreu uma forte queda e foi ejetado da moto. Foi um do piores momentos da vida de Fonseca: ainda no chão e sem sentir os movimentos de parte do seu corpo, ele falou para o mecânico que o acompanhava: “por favor me diga o que está acontecendo…não quero passar o resto da minha vida numa cadeira de rodas!”

Involuntariamente, ele já sabia que sua carreira como piloto de motocross terminava logo após aquela queda. Uma lesão gravíssima na vértebra C5 foi constatada ao ser levado a um hospital de Riverside. Além disso, depois da complexa cirurgia, ele teve uma séria pneumonia e teve de ser entubado por seis semanas. 

Era o momento de recomeçar a vida de uma outra forma e o ex-piloto, sempre aguerrido, teve sérios problemas psicológicos para aceitar a nova condição. No meio desse turbilhão, sua então esposa Carolina, não suportou as dificuldades e pediu o divórcio.

Ao mesmo tempo, seus amigos de pista davam total apoio à Fonseca, tanto enviando mensagens quanto comparecendo diariamente ao hospital onde ficou internado por alguns meses.

Somente oito anos mais tarde, depois de aceitar o que o destino havia escrito em sua história, é que o piloto voltou a pensar em competir novamente.  Nesse período, ele foi acolhido por empresas como a Answer, Troy Lee Desings e Oakley, ocupando cargos administrativos entre os EUA e Costa Rica. Em 2013, o espírito competitivo voltou a se movimentar dentro de Fonseca e ele passou a se exercitar, mas ainda sem saber no que iria competir. Foi nesta época que ele conheceu e se apaixonou por Laures Molina, uma para-atleta da Costa Rica que nascera sem os ossos das pernas e competia em corridas de rua com cadeiras adaptadas. Lá estava ele novamente no mundo das corridas!

Em 2015, quando foi competir no Japão, aproveitou para fazer uma nova visita à Honda, onde ajudou a desenvolver os motores. Lá, os engenheiros sensibilizados com a situação do piloto, decidiram construir uma nova cadeira mais leve, ergonômica e competitiva. O desafio (tanto para Fonseca quanto para os engenheiros) era chegar a uma cadeira de apenas 6kg, fabricada em alumínio e carbono. 

Grande parte desse retorno de Fonseca às competições tiveram como mentor outro ex-piloto americano: David Bailey que, da mesma maneira, fora campeão americano de MX e SX e sofreu um acidente, muito antes de Fonseca e acabou numa cadeira de rodas. Ambos, não desistiram e continuaram lutando.

Se considerar que as oportunidades na vida de Ernesto Fonseca no início da carreira eram mínimas e contrariando as expectativas, podemos afirmar que ele e venceu, caiu e se levantou com a mesma coragem. 

Ele já participou de sete competições de triathlon para adaptados e que ir mais longe!

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