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Tudo que você precisa saber sobre freios para motos off road

Quando você pensa numa moto off road, de última geração, certamente algumas coisas logo vem a sua mente, como a suspensão perfeita, o motor potente ou até mesmo aquele grafismo com os plásticos coloridos, certo?

E, por acaso, você olhou com a mesma atenção para os freios? 

Pois é, de cada cinco pilotos para quem eu faço essa pergunta, apenas um deles se lembra dos freios e da importância que exercem no conjunto.

Infelizmente, muitos se lembram desse detalhe apenas em situações mais complicadas, como em trilhas ou em percursos onde esses equipamentos precisam performar da melhor maneira possível.

Apesar de não chamar a atenção num primeiro momento, eles são sempre determinantes e na condução da motocicleta em diversas situações.

Que tal entendermos um pouco como funcionam e quais os cuidados básicos a serem tomados com ele? Continue a leitura!

Como os freios para motos off road funcionam?

Os freios são compostos por: discos, pastilhas, pistão, caliper, manete, cabos flexíveis e fluido de freio. 

Todos estes itens formam o sistema de freios das motos mais modernas. Algumas mais antigas utilizam o sistema de tambores, acionados por cabos de aço, varetas e lonas com sistemas de molas que expandem e fazem a velocidade reduzir.

Atualmente, a maioria dos freios, são à disco com acionamento hidráulico. Basicamente funciona assim: um reservatório, com fluido de freio, armazena uma quantidade do líquido e, ao “alicatar” o manete direito ou o pedal (do mesmo lado) faz com que, por gravidade, o líquido empurre os pistões instalados dentro de um caliper, que está instalado no disco. Esse movimento faz as pastilhas “morderem” o disco e gradativamente reduzir a velocidade. 

É um movimento muito rápido e o trabalho do conjunto é bem sincronizado.

Discos

Os discos em geral são feitos em material de alta qualidade, como o aço, capaz de aguentar uma amplitude térmica para não perder a eficiência. 

Geralmente são feitos desenhos em computador em formatos que permitam uma boa ventilação de ar. Como sofrem uma variação de temperatura ao serem “mordidos” pelas pastilhas, acabam sofrendo um desgaste que precisa sempre ser observado e, possivelmente, medidos.

 Cada fabricante oferece os parâmetros de medida para a substituição periódica.

É importante mantê-los sempre limpos e nunca deixar que líquidos oleosos caiam sobre ele, pois isso pode comprometer a frenagem e a vida útil das pastilhas. 

Para a maioria das motos, é possível comprar protetores de discos que são geralmente fabricados em plástico ou carbono (mais leves). 

Durante uma trilha ou pista, é comum alguns objetos como pedras ou madeira atinjam os discos, que podem ser danificados.

Um aviso importante é o cuidado ao manusear a moto, como carregá-la na caçamba de uma pick-up. Nesses casos, muitas vezes, os discos acabam ficando com as bordas afiadas e tocar ali pode causar ferimentos graves nas mãos.

Pastilhas de freios

Pastilhas de freios 

Elas são imprescindíveis na hora da frenagem, e precisam sempre estar bem cuidadas e conservadas. 

Algumas pastilhas de freio são feitas de resina somada a outros compostos metálicos, que incluem latão, ferro e/ou alumínio. Essas são semi-metálicas.

Existem também as metálicas, que levam em sua composição uma liga que mistura aço, cobre, ferro e grafite. Por ser extremamente dura, ela faz com que a peça seja muito eficiente e durável, mas em contrapartida o desgaste dos discos é muito rápido. 

Em qualquer uma das formulações, é sempre necessário estar atento ao momento certo de trocá-las. Certas marcas costumam trazer um indicador que avisa que o nível baixo e é hora da substituição. Além de reduzir a eficiência na frenagem, o gasto excessivo pode trazer danos ao disco caso o contato “ferro x ferro” aconteça.

É recomendado também, periodicamente, fazer uma limpeza das pastilhas. É comum objetos como pedra ou areia aderirem à parte de contato com o disco, comprometendo a frenagem.

Caliper e pistões 

Esse dois itens trabalham de forma integrada: dentro do cáliper estão instalados os pistões que empurram as pastilhas até o discos. Eles normalmente não sofrem desgaste com o passar do tempo, e são substituídos apenas em caso avaria. 

Nesse conjunto, quem merece uma atenção especial são os pistões, já que costumam estar expostos a sujeira que vem solo. 

Sempre que fizer a substituição das pastilhas, dedique um tempo a limpá-los. Eles costumam ter sua área de deslize dentro do caliper comprometida pela sujeira. 

Mas atenção: cuidado com o uso de líquidos oleosos que podem deixar algum vestígio e contaminar as pastilhas.

Manete e pedal

Manete e pedal

Os dois instrumentos utilizados para o acionamento dos freios (manete e pedal) também merecem sua atenção. 

Sempre verifique as condições de cada um: o manete, se ele não está torto ou com folgas excessivas; e o pedal, se está na posição correta para o seu estilo de pilotagem. 

Lembre-se de nunca conduzir a moto com a mão ou o pé sobre eles. Isso pode aquecer o fluido e abaixar o nível de eficiência da frenagem.

Cabos flexíveis

Nas motos com freios a disco, os cabos flexíveis são os dutos responsáveis por conduzir e armazenar o fluido de freio. Eles são geralmente expostos e suscetíveis à danos causados por uma queda, por exemplo. 

De tempos em tempos, faça uma inspeção severa para ver se existem pontos avariados, como deformação ou borrachas ressecadas com pequenas rachaduras. 

Isso pode se transformar em um vazamento em questão de minutos, o que, por sua vez, impedirá o uso da moto.

Existem modelos chamados “Aeroquip”: trata-se de um tipo de mangueira de freio que vem coberto com uma malha de aço muito resistente, e que protege a mangueira de avarias. O investimento é mais alto do que os originais, mas vale a pena pela segurança que ele oferece.

Fluido de freio 

Existem diferentes tipos de fluídos de freios que são classificado pela nomenclatura DOT a partir do material que são feitos. 

Eles começam com o DOT 2 (à base de óleo), DOTs 3, 4, 5.1 (à base de glicol) e DOT 5 do fluido de freio (à base de silicone – que não é um fluido de freio recomendado para competições). 

O fluido de freio à base de glicol (o mais comum usado nas motos) é higroscópico, ou seja, absorve a umidade existe no ar. Assim que o frasco é aberto, o fluido de freio começa a absorver a umidade do ar e, mesmo depois de fechar o reservatório da moto, ele continuará absorvendo a umidade de coisas como vedantes de borracha e mangueiras. 

Com o tempo, à medida em que aumenta o nível umidade absorvida, ele acumulará água no sistema, e é essa água que altera as características de desempenho do fluido de freio.

O fluido em seu estado natural não é sensivelmente compressível, mas quando esse fluido é vaporizado por altas temperaturas provenientes de freadas fortes, o vapor resultante pode criar bolhas.

É por esse motivo que os fluidos de freio têm pontos de ebulição muito altos, e isso se agrava quando a umidade é absorvida no fluido é muito grande.  

No caso de um fluido de freio DOT 4, por exemplo, o ponto de ebulição é por volta do 230oC, mas quando há muito umidade esse ponto pode cair até 80o C. Isso explica porque é necessário que, periodicamente, ele seja substituído pelo menos a cada seis meses se o uso da motocicleta for contínuo. As famosas “bolhas” no sistema de freios vem desse fator do acúmulo de umidade no fluido.

Sabendo de todas essas informações sobre o freio e da importância que eles têm durante a pilotagem, acredito que agora você irá olhar com mais atenção uma moto e lembrar o quão relevante são esses componentes e quais os cuidados que devem ser tomados periodicamente com cada um deles.

Para saber mais sobre como dar uma boa assistência à sua moto, confira nosso artigo Como cuidar da moto off road na quarentena

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